Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2007

Quando os olhos cantam e o pensar descreve

“Eu confio que a leitura da poesia pode nos conduzir a verdades tão altas quanto a ciência” Foi o que ele disse, do alto de seus olhos sóbrios e de seu sorriso cúmplice e contido, agora mais freqüente do que lhe é normal. E disse com sua sinceridade crua e exposta, como se fosse um ardor dolorido que o impelisse a tal, embora de um jeito tão lúcido que me transtornou a retidão do pensamento – ele, que diz nunca ter sido tocado pela epifania da verdade, crê no poético como o transpor da brevidade ilusória, e isso ma traz rebuliços de alma. Com sua postura séria, própria de um grande homem transtornado pelo mundo bruto, demonstra sua simpatia por mim de um modo secreto, confidencial: com um leve pender de cabeça, a mão na cintura e um olhar que guarda em si o sorriso ao mesmo tempo acanhado e desbravador das mentes constantemente aflitas. Não sei até que ponto isso é verdade, mas é assim que imagino. Eu o entendo dentro do que ele é em minha concepção, e por isso lhe respondo os gesto

As maravilhas da vida besta

O calor é grande. O suor é constante e o sono é eterno. Certas coisas, "muito entretanto", dão uma alegria besta, tão verdadeira e intensa que chego a envergonhar-me ao perceber que estou sorrindo de orelha a orelha e de olhos arregalados, enquanto as pessoas discretamente se afastam da "pobre menina doida que ri sozinha". No meu cabelo um creme que tem mais cheiro de chocolate do que qualquer chocolate seria capaz de ter, me deixa enjoada. Mas eu não ligo. Hoje estou saltitante: a prova de latim já passou, amanhã é feriado, e outras kleine Sachen mehr. Nem ligo se vou passar os proximos três dias fazendo resenha de morfologia, análise semiótica e preparando texto para seminário de literatura portuguesa. Não me importo. Hoje a Áustria salvou meu dia!