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Mostrando postagens de janeiro, 2010

Entre o Desespero e a Solidão

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Às vezes me dói o fato de não te ter e de saber que sua distância não pode preencher os vãos da minha existência. Aperta-me o ser quando olho para o vazio e não consigo enxergar a imensidão do seu olhar maduro, a suavidade de sua pele ou a fluidez de seus movimentos. Todos os dias me encontro só, só à hora das estrelas e aos cânticos de Morfeu, e de você tenho apenas a sensação do peso sobre os quadris e da pressão das mãos imaginárias... Quanto ao tempo que não tenho, quanto às horas que não vivo, quanto às paredes pesadas de meu quarto... tudo prescinde à luz azul que trouxeste ao meu olhar castanho, mas a dor de meus olhos baços torna-se a cada dia mais insuperável, tão insuportável quanto a subida de minha escada vazia.

Contantos

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Contanto que vez ou outra você me olhe com ternura ou que afague sem motivos minha face assustada e cansada; contanto que você finja não enxergar meus grandes erros e não notar meus momentos de vergonha; contato que você você aceite a timidez dos meus olhares e a violência de minhas carícias; contanto que seu desprezo seja mentira e que seus outros amores sejam passado... Contanto que você saiba que meu jeito acanhado é meu modo natural de ser, que meu corpo guarda tantas imperfeições e minha mente tantos vícios, que a arrogância é medo, que a timidez é desconforto e que a demência é constante... Contanto que você não se afaste a primeira vez que eu lhe arranhar a face, e que perdoe toda vez que eu lhe expulsar do quarto, e que ouça quando eu estiver eufórica e que cale quando eu estiver calada e alheia... Contanto que você viva segundo as regras do meu mundo, talvez a gente chegue a um acordo, e viva em paz. Quem sabe um dia a gente possa até amar...