Postagens

Mostrando postagens de 2011

Para os que não querem saber...

- Ah, tá - disse o velho. - Vou lhe dar uma oração. Tem um lápis aí? - Tenho - disse Arthur. - É assim. Vamos lá: "Proteja-me de ficar sabendo daquilo que não preciso saber. Proteja-me até mesmo de ficar sabendo que existem coisas que não sei. Proteja-me de ficar sabendo que decidi não saber das coisas que decici não saber. Amém." É isso. É o mesmo que você fica rezando em silêncio dentro de sua cabeça., então pode falar em voz alta que não muda nada. - Humm - disse Arthur. - Bem, obrigado... - Tem uma outra oração que acompanha essa e é muito importante - continuou o velho. - É melhor anotar também. - Certo. - É assim: "Senhor, Senhor, Senhor..." É melhor acrescentar esta parte, por via das dúvidas. Prevenção nunca é demais: "Senhor, Senhor, Senhor. Proteja-me das consequências da oração anterior. Amém." ADAMS, Douglas. In: Praticamente Inofensiva.

Dumbledore

Imagem
"Era importante, dissera Dumbledore, lutar, e recomeçar a lutar, e continuar a lutar, porque somente assim o mal poderia ser acuado, embora jamais erradicado..." ROWLING, J. K. In: Harry Potter e o enigma do Prícipe

Sincronias do Indivíduo ou a chuva nº 17

Imagem
"Não que fosse naturalmente tão mal-humorado, ou pelo menos esperava que não. Era só aquela chuva que o deprimia, sempre a chuva. E estava chovendo naquela hora, para variar um pouco. Era um tipo específico de chuva, que ele detestava especificamente, sobretudo quando estava dirigindo. Tinha um número para ela. Era a chuva tipo 17. Havia lido em algum lugar que os esquimós têm mais de duzentas palavras diferentes para neve, sem as quais as suas conversas possivelmente seriam bastante monótonas. Eles distinguiam então entre neve fina e neve grossa, neve leve e neve pesada, neve derretida, neve quebradiça, neve que vem acompanhada de uma rajada de vento, neve que é levada pelo vento, neve que é trazida pela sola das botas do seu vizinho e arruínam (sic) o chão limpinho do seu iglu, as neves do inverno, as neves da primavera, as neves da sua infância que eram tão melhores do que essas neves modernas, neve fina, neve aerada, neve de colina, neve de vale, neve que cai pela ma

Horizontes

Imagem
Entre as indistintas luzes do alvorecer, comprimi-se o horizonte do meu olhar. Eximi-se a vida de suas responsabilidades para com o meu ser. Pouco sabe-se do som das palavras, do sentido afora à dor. Pouco sabe-se do sentido... Conforme o tempo passa, a poesia foge das horas, deixando para trás apenas rimas pobres como herança de um paradigma impraticável. Pouco sabe-se da Poesia...

Para os que não entendem...

Não acredito ser errada a solidão, mas acostumei-me com a ideia do ser incompreendido. Não que não seja incômodo quando todos facilmente notam que você não faz parte do todo, de nenhum todo. Não que as classificações não sejam doloridas, mas é um preço a se pagar para quem escolheu viver em sua própria ilha. Mas nada me dói tanto como as vezes em que ouço você dizer que sou bruta. Bruta. Logo você, que deveria enxergar o cerne. Bruto: malformado, mal-acabado, violento, imoderado, arbitrário, ríspido, cruel, bárbaro, insensível, desagradável e repugnante. Talvez você não saiba, mas palavras não voltam atrás. Por vários momentos acreditei que você enxergasse a dor, a confusão, a fragidade. Mas para você não há nada ali, a não ser, é claro, a brutalidade. "Variações sérias em forma de soneto" Vejo mares tranquilos, que repousam, Atrás dos olhos das meninas sérias. Alto e longe elas olham, mas não ousam Olhar a quem as olha, e ficam sérias. Nos recantos dos

Para os que estão prontos para a Verdade...

"Torceu e rezou para que não houvesse vida após a morte. Então percebeu que havia uma contradição nisso e simplesmente torceu para que não houvesse vida após a morte." ADAMS, Douglas. In: A vida, o universo e tudo mais (terceiro livro da série d' O mochileiro das galáxias )

Sobre o fim de um período mental

Imagem
A Cidade Universitária é realmente bela para quem sabe apreciá-la sob o ângulo correto. Quem entra pelo Portão 1 atravessa uma alameda na qual o céu é visto aos pedaços, devido ao "teto de árvores". Quem convive com ela por um certo tempo acaba percebendo que nela até o clima é diferenciado (mais ameno, fresco e prazeroso) e que a amplitude da visão e do espaço causa rebuliços físicos e mentais, principalmente no início (embora seja, de uma maneira geral, uma sensação que não se apaga). Quando você dirige por suas avenidas, que na verdade são ruas muito largas com canteiros centrais com árvores enormes, sente a liberdade contida no "à parte", pois afinal é disso que se trata, do à parte espacial e do à parte mental, que a tornam a "terra da fantasia", como costumava dizer um professor de Língua Latina cujo nome não me lembro mais. É como se você estivesse em uma saga tolkieniana, a caminho de Lothlórie

Um vão entre duas coisas possíveis

Imagem
"Queres escalar a altura livre, a tua alma está sedenta de estrelas, mas também os teus maus instintos têm sede de liberdade." NITZSCHE, Friedrich. In: Assim falou Zaratustra .