Primeiras novas impressões

As aulas finalmente recomeçaram. Passado o primeiro impacto de abandono, resultante da debandada dos amigos por quatro diferentes habilitações e divergências de horários nas únicas matérias em comum, aos poucos se começa um novo processo de ambientação, para que os rostos ao redor se tornem conhecidos, não necessariamente amigos, porém ao menos familiares. Creio que a turma de alemão será mantida para as disciplinas da habilitação de Português, o que de certa forma contribui. Eu e E., pelo menos, já verificamos que temos todas as matérias em comum. Além disso, resta se acostumar com os novos professores, que foram impostos e distribuídos pelo mais incoerente acaso. Até agora só conheci dois, ou melhor, duas: M., de Língua Alemã I, que parece ser simpática e bem humorada; e F. de Literatura Portuguesa I, que ao que tudo indica tem laivos de histeria, é metódica e exigente, sem que isso a torne, entretanto, propriamente antipática. No primeiro semestre só tive uma professora. No segundo fugi delas: meus cinco professores foram homens. Agora, das cinco matérias, fui atirada para três professoras. Não gosto da idéia de ter tantas disciplinas ministradas por mulheres, mas fazer o que... De qualquer forma, está muito cedo para se emitir qualquer opinião mais acertada (isso fica para as “Considerações” de final de semestre, isso se o presente Blog conseguir persistir, firme, até lá). * Terei que fazer seminário em grupo para LPI: 1o, odeio grupos grandes (o meu tem sete pessoas, sendo que só eu, E. e o cara bonitinho cujo nome não sei já estava de bom tamanho); e 2o, odeio escolher gente ao acaso para formar um grupo, que é o que sempre acontece nos primeiros dias de aula, quando não se conhece quase ninguém (para não dizer ninguém mesmo). Espero ter tido, pelo menos desta vez, sorte com o acaso. * Nestes primeiros dias os horários ainda estão confusos, tanto que não tenho conseguido me encontrar com D. e com A. para irmos embora juntas, como sempre fizemos. Então volto para casa só. Quando consigo ir sentada, vou tentando atravessar os duros versos de “Fausto”, que na verdade deveria se chamar “Mefistófeles e as criaturas fantásticas” ou simplesmente “Mefistófeles”. Quando não, a combinação do painel negro que a noite faz e das luzes internas, fazem das janelas do ônibus um espelho, no qual me encaro sem conseguir escapar, observando um rosto à la Picasso que não é do jeito que deveria ser. E o sono só piora, como sempre, a situação. Pela segunda noite seguida não assisti Lost. Dormi estirada no sofá, para despertar repentinamente me perguntando se “já acabou o Jornal da Globo?”, que eu assisti até o meio da última parte. * PS: Embora este post possa parecer ter um tom melancólico, na verdade estou bem animada com as novas perspectivas, os novos conteúdos e os novos rostos. É que uma dose de melancolia e desconforto irritado me é mesmo inerente.